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Os desafios da proteção executiva

25 Maio 2023 Security Talks

Especialistas alertam para a importância da área e a necessidade de realizar análises de riscos individualizadas

Quando pensamos em proteção executiva, facilmente relacionamos com o modelo propagado pelo filme “O Guarda Costas” (1992), com Whitney Houston e Kevin Costner. No entanto, os desafios dessa área podem ser bem mais complexos do que os expostos na ficção. É o que garantem os especialistas Alex Bekker (Embaixada do Reino Unido no Brasil), Benny Schlesinger (Península Participações), Ellen Pompeu (ICTS Security) e Roberto Costa (The First Consultoria) que debateram o tema no Security Talks 2023 – um dos mais relevantes eventos para o setor de segurança eletrônica e tecnologia.

“A proteção executiva não se refere somente ao contexto corporativo, mas vai muito além, pois envolve pessoas, famílias, celebridades… É maior que o ambiente empresarial”, explica Ellen Pompeu.

“A necessidade de proteção pode ocorrer por diferentes motivos, pode ser pela evidência do cargo – alto executivo, membro da realeza ou um governante -, por possuir um alto patrimônio e fazer parte dos ativos da empresa, entre muitos outros”, completa Alex Bekker.

A segurança pessoal pode ser definida por um conjunto de ações e estratégias, que têm como propósito garantir a integridade física, mental, moral e patrimonial dos indivíduos. Dessa forma, a prática de condutas preventivas é capaz de diminuir potencialmente os riscos de incidentes.

“É importante desvincular a imagem da proteção executiva associada a carros blindados e agentes fortes e agressivos. Na verdade, a segurança pessoal começa a partir do momento que as pessoas, na empresa ou em família, seguem simples recomendações como ‘quando estiver no trânsito deixe o seu notebook no porta-malas; no veículo, portas e janelas devem estar travadas; não ande com o celular na mão’… É claro que existem os mais altos níveis de proteção executiva, mas pequenas ações são fundamentais para guardar o patrimônio e a vida.” Conta, Roberto.

Segundo dados da pesquisa Panorama do Mercado de Segurança Eletrônica (2022/2023), realizada pela Avantia – com a participação de aproximadamente 50 players do setor -, 37% das empresas consideram a integridade de bens e pessoas durante traslados, um dos principais desafios da área e, ainda, 52% das organizações apontam o aumento no número de incidentes envolvendo a proteção de colaboradores como uma das ocorrências mais relevantes.

Sobre isso, Alex Bekker pontua a importância do desenvolvimento de um plano eficiente de proteção executiva, considerando a análise detalhada dos riscos. “As empresas devem ter uma política de segurança pessoal para os colaboradores e, dependendo da posição ocupada na organização, é necessário mapear quais são as ameaças que implicam em um risco adicional e desenvolver uma matriz de risco, baseada na probabilidade e nos impactos dos incidentes que podem ocorrer”, comenta o painelista.

Tecnologias aliadas à segurança executiva

Os recursos abarcados pela área de segurança executiva são aplicados de acordo com a avaliação dos perigos e vulnerabilidade dos protegidos. Para otimização do sistema, é possível contar com tecnologias de ponta agregadas aos dispositivos, como IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial para rastreamento de veículos, bodycams, que podem ser acopladas aos uniformes da equipe, e até mesmo drones com visão computacional, para monitoramento de perímetros.

“Em teoria, ninguém gosta de ter uma pessoa determinando o que você pode fazer ou seguindo seus passos o tempo todo. É importante desmistificar essa percepção ‘romântica’, porque, na verdade, o que todos nós gostaríamos é de viver em uma casa sem muros, sem fechaduras, sem câmeras, sem precisar pagar seguros… Mas, a realidade apresenta riscos, que nos fazem precisar de proteção pessoal”, conclui Roberto Costa.

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