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Segurança na logística e transporte de valores

30 Maio 2022 Logística, Mercado Financeiro, Security Talks, Tecnologia de Segurança
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Desafios e soluções para aumentar a proteção nas operações do setor

A pandemia ainda afeta e dificulta a recuperação de muitos setores da economia. Por outro lado, alguns já começaram a sentir os efeitos da retomada do crescimento.

O setor de logística e transportes de cargas em geral no Brasil, por exemplo, foi um dos destaques no desempenho do PIB de 2021. De acordo com dados do Radar CNT do Transporte, divulgados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Produto Interno Bruto (PIB) de transportes subiu 11,4% em 2021 frente ao ano anterior, sendo que o PIB geral apresentou apenas 4,6% de crescimento.

Se abordarmos especificamente o segmento de transporte de valores, o setor também tem apresentado bons resultados. É o que destacou Max Madruga, security manager na TBForte, empresa de segurança e transporte de valores, em conversa com Maurício Ciaccio, sócio-diretor da Avantia, durante uma recente edição do Security Talks.

Max falou durante o bate-papo qual é o cenário econômico atual do setor e destacou os principais aspectos e desafios da segurança na logística de valores.

Digitalização das transações financeiras x setor de logística de valores

“Em um país do tamanho do nosso, com dimensões continentais, e com essa infinidade de culturas, os cenários são diferentes”, ressaltou Max, referindo-se a forma como a população realiza suas transações financeiras. Embora parte dos brasileiros estejam usando cada vez mais os meios digitais para a realização de transações bancárias, outra parcela está se “bancarizando”, especialmente devido aos pagamentos de auxílio por parte do Governo Federal.

“Os dados atuais mostram que a circulação de numerário no Brasil continua em volumes muito altos e que, portanto, as empresas precisam continuar exercendo com segurança sua função social de transportar os valores usados pelos brasileiros”, finalizou.

Desafios de segurança

As operações de transporte de modo geral já apresentam por si só grandes desafios, pois lidam com dois opostos. De um lado, observa-se empresas com orçamentos cada vez mais enxutos, seja devido à inflação, taxas de juros, queda no consumo, efeitos da pandemia, entre outros. Por outro lado, há o agravamento dos riscos relacionados às operações, seja devido a furtos, roubos, fraudes ou ciberataques.

“Quando falamos em logística de valores, estamos falando de dinheiro em espécie, ou seja, os criminosos não precisam vender ou negociar após os crimes. Por isso o setor gera alta atratividade para as quadrilhas especializadas”, comentou Max. Desta forma, as companhias precisam encontrar caminhos para equalizar essa balança, uma vez que necessitam aumentar a segurança, mas tem restrições orçamentárias.

Outro fator que impacta no segmento do transporte de valores é a exposição nos meios de comunicação e a violência dos ataques. É comum que ocorrências nesse segmento, por envolverem altas quantias, apresentem grau de violência elevado, quadrilhas numerosas e armas de grosso calibre, o que acaba sendo noticiado facilmente e com ênfase pela mídia.

Cenário da sinistralidade

Segundo levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), os roubos de carga em geral tiveram aumento de 1,7% no país em 2021. Foi a primeira alta desde 2017.

Quando observamos apenas o transporte de valores, embora os ataques sejam bastante divulgados, os números são melhores. Madruga destacou que, em números absolutos, o Brasil apresentou uma redução significativa na quantidade de ocorrência nos últimos 5 anos. “Como exemplo, em 2017 foram 113 ocorrências, contra 22 no ano passado (2021). O problema são os valores roubados e a violência dos ataques.”

Esse decréscimo nos ataques se deve muito ao investimento forte por parte das empresas em proteção às suas bases e aos seus carros fortes. “Nossa expectativa é que esse número continue reduzindo, pois as instituições financeiras e as empresas de transporte de valores têm investido muito na segurança das suas operações de custódia e transporte de valores. O objetivo tem sido desestimular os ataques, já que o grau de insucesso nos roubos está cada vez maior”, ressaltou.

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Medidas de segurança

Muitos podem pensar que para aumentar a segurança basta adquirir mais armamentos ou armas mais potentes, mas para Max, esse não é o caminho. “Gestão de segurança não é uma matemática exata. No caso do transporte de valores, ter mais armas ou armas mais potentes acaba sendo um atrativo para os bandidos atacarem as bases e roubarem esses equipamentos”, enfatizou.

No quesito segurança, o setor de logística de valores tem evoluído bastante nos últimos anos.“O avanço no uso da tecnologia associado ao controle dos processos de circulação de numerário vai trazer ainda mais segurança. A empresa onde trabalho já usa há vários anos, por exemplo, um processo de rastreamento do numerário com a gravação de imagens de vídeos (na base, nos veículos e nos profissionais”, disse Max.

Importante ressaltar que uma operação logística desse segmento envolve muito além do transporte. “Na logística de valores, podemos dividir as ocorrências em 3 modalidades: ataques contra as bases de valores, ataques contra os carros fortes, normalmente nas estradas, e ataques contra as equipes desembarcadas, durante abastecimento, coletas ou atendimento técnico em caixas eletrônicos”. Nesse sentido, as principais iniciativas para assegurar a proteção da operação logística precisam responder a todas essas necessidades de defesa.

Observando esse cenário, as empresas de logística de valores têm investido alto em ações voltadas principalmente ao uso de barreiras físicas, tecnologia e capacitação dos profissionais de segurança, inclusive em suas bases de operação. “Nos três últimos eventos deste ano, por exemplo, os valores não foram roubados. Isso demonstra que os elevados investimentos que foram feitos pelas empresas do setor desde o início desses ataques estão atingindo os objetivos esperados”, reforçou Max.

Além disso, as empresas estão buscando maior interação com as forças de segurança pública, o que está possibilitando uma atuação mais eficiente da inteligência policial, bem como a realização de simulações em cidades que são potencialmente alvo deste tipo de ataque.

Um sistema integrado de segurança eficiente precisa ser pensado observando 3 aspectos, assegurou Max.

  • Físicos: blindagem arquitetônica, uso de aço reforçado, equipamentos como roadblocker, bollards, SIPE (Sistema de Injeção de Poliuretano Expandido), portas fortes modernas, entre outros;
  • Tecnológicos: modernização de CFTV e sistema de alarme de última geração, reconhecimento facial, analíticos de vídeo com inteligência artificial, gerenciamento de ocorrências (PSIM – Physical Security Information Management), cofres guilhotinas com entintamento de cédulas, etc.;
  • Humanos: um dos principais pilares do sistema de defesa, pois são os olhos e as ações humanas que vão fazer a diferença no momento de crise. Para isso, é necessária a capacitação contínua, treinamentos e simulações, inteligência interna e uma boa relação com os órgãos de segurança pública.

Vale destacar a importância de contar com empresas de segurança que ofereçam soluções integradas e sob medida para cada tipo de operação, usando assim as melhores ferramentas para a proteção das mercadorias, do veículo e das pessoas, evitando perdas financeiras ou humanas e reduzindo os riscos existentes com o transporte.

O episódio do #SecurityTalks que gerou este conteúdo também está disponível em PodCast, nos principais canais, como o Spotfy.

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