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O que aprendemos com as Olimpíadas

28 ago 2024 Eventos, Inovação Tecnológica, Inteligência Artificial, Segurança Eletrônica, Tecnologia de Segurança

Sobre segurança, tecnologia e inovação

O início das Olimpíadas de Paris 2024 foi marcado por fortes emoções. E não foi por conta das altas habilidades dos atletas ou dos festejos iniciais. A rede ferroviária francesa de alta velocidade foi alvo de vandalismo em 26 de julho, poucas horas antes da cerimônia de abertura.

Os ataques paralisaram as linhas que ligam Paris ao resto da França e a países vizinhos e foram considerados, pelas autoridades, sabotagem. Os danos atingiram vários pontos da rede e incluíram cortes de cabos de fibra óptica, que garantem a transmissão de informações aos condutores, e incêndios em diversos locais ao longo das linhas. Felizmente, não houve feridos.

Os atos criminosos não aconteceram em Paris, mas causaram transtornos no transporte para a capital. Estima-se que cerca de 800 mil pessoas, incluindo atletas, foram afetadas com as paralisações. Os trens voltaram a operar normalmente 3 dias depois dos incidentes (na segunda-feira, 29/07). As autoridades ainda investigam para descobrir os responsáveis.

Também houve uma ameaça de bomba na madrugada do dia 30 de julho, em Paris. O evento aconteceu em um local que abrigava estúdios de emissoras de televisão de diversos países – incluindo do Brasil. Todos tiveram que evacuar o local até que a ameaça fosse descartada. A suspeita foi causada por um objeto abandonado.

O timing desses ataques não poderia ter sido mais preocupante, já que o mundo está sob tensão devido a conflitos entre alguns países.

Segurança nas Olimpíadas

O risco de ataque terrorista foi apontado pela equipe de segurança das Olimpíadas de Paris como o principal ponto de alerta durante a competição. Proteger atletas, torcedores e todas as demais presentes no evento – cerca de 12 milhões de pessoas – foi prioridade para a organização.

As medidas de segurança física em Paris e na França como um todo foram reforçadas para os jogos. O investimento estimado para garantir uma Olimpíada segura foi de cerca de 420 milhões de euros.

A cerimônia da abertura dos Jogos foi um dos grandes desafios para as equipes de segurança. Especialmente por ter sido realizada em ambiente aberto pela primeira vez. Para proteger todos os presentes no Rio Sena, aproximadamente 45 mil policiais estavam escalados; atiradores foram posicionados em locais estratégicos; o espaço aéreo de Paris foi fechado, bem como algumas estações de metrô, e foi adotado ainda um sistema anti-drones; pessoas que residem próximo ao Rio Sena foram mapeadas e receberam códigos para ter acesso a suas casas.

O videomonitoramento algorítmico fez parte da segurança em diversos locais da capital francesa durante todo período da competição. O objetivo das câmeras foi monitorar as multidões e identificar comportamentos suspeitos. Assim, foi possível garantir proatividade na segurança dos atletas e do público, detectando e alertando com agilidade potenciais riscos.

Drones também foram adotadas para aumentar a segurança das Olimpíadas de Paris. Eles circularam nos arredores das instalações com câmeras de alta resolução e sistemas de IA, fornecendo imagens em tempo real e aumentando a capacidade de resposta das equipes. Ao mesmo tempo, sistemas para interceptar drones, em caso de ameaças, foram adotados.

Ainda, em diversos locais onde aconteceram jogos, como o Stade de France e o Parque dos Príncipes, foram instalados novos recursos para controle de acesso. Entre as funcionalidades estavam leitores de identificação facial para entrada e sistema de passagem livre em caso de evacuação de emergência ou falha na rede de energia. Os equipamentos de controle de acesso já haviam sido testados no complexo de tênis de Roland Garros durante o torneio de 2024 – que aconteceu entre maio e junho – e também na maioria dos estádios da Copa do Mundo de 2022, no Catar.

Inovações e tecnologias

A cada competição de grande porte, como é o caso das Olimpíadas de Paris e outros grandes eventos esportivos, as inovações tecnológicas ganham mais destaque e aplicações. Para esta última edição do Jogos, o investimento em tecnologia foi de cerca de R$ 3,2 bilhões.

Um sistema de monitoramento de desempenho utilizou inteligência artificial para analisar a performance dos atletas em tempo real. Utilizando sensores e câmeras de alta resolução, combinados com algoritmos de IA, foi possível detectar movimentos, postura, sinais de fadiga, entre outros. As informações eram disponibilizadas para treinadores e atletas, contribuindo para ajustar estratégias e técnicas.

Em termos de sustentabilidade, as Olimpíadas de Paris buscaram o troféu como a mais sustentável da história. Foram colocados em circulação frotas de ônibus de emissão zero, além de bicicletas. O transporte público também foi aprimorado para suportar o aumento da demanda. A  Vila Olímpica foi construída com materiais de baixo carbono e utilizou energia 100% renovável. Sistemas de gestão de energia inteligentes foram usados para otimizar o consumo e reduzir os impactos ambientais.

Ainda, para garantir conexão e transmissão dos jogos com alta qualidade, bem como otimizar a experiência dos presentes com seus dispositivos conectados, todo complexo olímpico contou com rede 5G. E mais: pessoas com deficiência auditiva e visual contaram com recursos como legendas em tempo real, audiodescrição e aplicativos adaptados para que conseguissem acompanhar os eventos com qualidade.

A próxima edição das Olimpíadas será em Los Angeles, em 2028. A cidade americana se juntará a Paris e Londres como as únicas a receberem os Jogos três vezes na história.

Segurança nos Jogos Paralímpicos

No dia 28 de agosto teve início os Jogos Paralímpicos de Paris. Com expectativa e público menor – cerca de um terço dos espectadores das Olimpíadas – o efetivo policial também foi reduzido, mas com a garantia do Ministro do Interior da França sobre a “necessidade absoluta de manter a segurança” durante a competição.

Muitos locais usados nos Jogos Olímpicos serão mantidos para os Jogos Paralímpicos – bem como as tecnologias de segurança – porém, com as adaptações necessárias para os esportes e os atletas.

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