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Cidades inteligentes: o poder da conectividade

O ranking Connected Smart Cities 2024 apontou a cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina, como a cidade mais inteligente e conectada do Brasil. O estudo considera que o progresso só é atingido quando os agentes de desenvolvimento da cidade entendem o poder da conectividade entre todos os setores. Na sequência das cidades inteligentes do Brasil estão Vitória (ES), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Niterói (RJ).

Levando o conceito adotado pelo ranking como base, pensar em cidades inteligentes não significa pensar somente em tecnologia, mas sim ter em mente uma visão mais ampla. É pensar no desenvolvimento urbano e na transformação digital sustentável em vários aspectos, entre eles econômico, ambiental, sociocultural, entre outros, com atuação planejada, inovadora, inclusiva e, principalmente, integrada.

Esse assunto, cada vez mais emergente, foi abordado em um painel da 8ª edição presencial do Security Talks, o evento realizado pela Avantia em Salvador (BA) no mês de agosto. O tema “Cidades inteligentes: conectividade, energia e segurança” foi apresentado por Régis Rosa, supervisor nacional de Vendas, Soluções e Projetos da Intelbrás.

Régis destacou que cada situação, cada problema em uma cidade, independente do porte, tem uma necessidade de solução específica, mas que a maioria delas passa pela gestão das informações. “Quando conseguimos integrar diversas plataformas e funcionalidades, como segurança, energia, comunicação, entre outras, conseguimos transformar inteligência em resultados e recursos que serão úteis para o bem-estar e segurança de todos”, enfatizou.

Integração em smart cities

É impossível falar em progresso sem mudanças. Normalmente essas mudanças vêm acompanhadas de evoluções tecnológicas, inovações, alterando o modo como fazemos as coisas. Não há como negar que o surgimento de tecnologias mudam a nossa rotina. Assim como as necessidades do nosso dia a dia também fazem surgir novos dispositivos e recursos tecnológicos.

“Algumas literaturas dizem que a cada 7 horas uma tecnologia surge no mundo. Fazendo um comparativo com cerca de 50 ou 100 anos atrás, as coisas demoravam décadas para ter novas versões, mas agora as mudanças acontecem em espaços de tempo bem mais curtos”, ressaltou Régis. 

A evolução da internet, por exemplo, é um dos aceleradores de muitas mudanças tecnológicas, impactando na criação de novos produtos e serviços. O 5G está possibilitando que, cada vez mais, robôs e seres humanos trabalhem juntos em tempo real. E o 6G já está em desenvolvimento. A China foi a primeira nação do mundo a lançar um satélite 6G, no início deste ano. Especialistas acreditam que a partir de 2030 já será possível a massificação da tecnologia – que promete uma velocidade 50 vezes maior de transmissão de dados e imagens do que o 5G.

É justamente esse alto poder de conectividade, aliado a evolução tecnológica e de IoT (Internet das Coisas) que fará com que cada vez mais serviços, dispositivos e sistemas possam se conectar à internet, aumentando produtividade, segurança, comunicação, mobilidade, entre outros aspectos que são chave para proporcionar cidades cada vez mais inteligentes e funcionais.

“Quanto maior a possibilidade de pequenos dispositivos inteligentes, ferramentas, sistemas, atuarem de forma integrada, maior será a efetividade dos projetos”, frisou Régis, reforçando a importância de centralizar todas as inteligências e informações em uma plataforma hiperconectada para as smart cities, mas sempre observando as particularidades de cada uma e as soluções cabíveis.

“Estamos em um momento bem promissor do mercado de dispositivos inteligentes devido a possibilidade de agregar cada vez mais inteligência na borda e possibilitar que as soluções atuem de forma integrada e centralizada”, finalizou.

Aplicações em cidades inteligentes

Vamos conhecer alguns exemplos práticosde como as smart cities funcionam na prática?

  • Controle de tráfego: Câmeras e sensores fazem a leitura da intensidade do tráfego em tempo real e gerenciam o fluxo conforme, reduzindo estresse em engarrafamentos, tempo de viagem e até mesmo a quantidade de CO2 lançada na atmosfera. Esse sistema já é adotado em Pittsburgh, EUA, desde 2016. O tempo de deslocamento na cidade foi reduzido em 25% e os engarrafamentos caíram 40%.
  • Estacionamento: Sistemas atualizam em tempo real onde há vagas disponíveis, diminuindo o tempo de busca por um local para estacionar, economizando combustível e, também, poluentes emitidos.
  • Cobertura de Wi-Fi: Além de contribuir com a inclusão digital, disponibilizar internet gratuita e de qualidade nas cidades, possibilita a evolução das aplicações de IoT, contribui para aumentar a produtividade e reduzir custos para os cidadãos. 
  • Conservação de recursos naturais: Sistemas que controlam o consumo hídrico, de energia, a qualidade do ar, etc. ajudam no monitoramento e conscientização da população, além de permitirem medidas mais rápidas para ajudar a reequilibrar o meio ambiente.
  • Reciclagem de materiais: Cidades inteligentes são capazes de promover o hábito da reciclagem de transformação dos resíduos para reuso. Exemplo disso são construções realizadas com materiais reciclados.
  • Segurança pública: A integração de câmeras públicas e privadas em uma rede única levam mais proteção à população, uma vez que centralizam os alertas de não conformidade e atuam integrados à força policial,deslocando os policiais mais próximos para atendimento. A cidade de Detroit, nos EUA, conseguiu reduzir a criminalidade em 50% graças ao Projeto Green Light, uma iniciativa que usa câmeras públicas e privadas para identificar crimes.
  • Transporte público: Tornar mais eficiente a mobilidade urbana em todos os aspectos é uma característica primordial das cidades inteligentes. No Brasil, Curitiba é uma das referências mundiais nesse quesito: possui um sistema de transporte coletivo inspirador, conta com frota de ônibus híbridos (movidos a eletricidade e biocombustíveis), além de carros elétricos para prestação de serviços públicos.

Cidades inteligentes pelo mundo

No âmbito mundial, Zurique, na Suíça, seguida de Oslo, Noruega, e Canberra, Austrália, são consideradas as cidades mais inteligentes do planeta, de acordo com o Smart City Index, índice elaborado pelo Institute for Management Development (IMD).

Para este ranking, foram avaliadas 143 metrópoles ao redor do planeta no que tange a aspectos econômicos, tecnológicos, ambientais e de qualidade de vida.

As cidades brasileiras analisadas aparecem em posições na parte de baixo da tabela: Brasília na 131ª posição, São Paulo na 133ª e Rio de Janeiro em 140º lugar. A pesquisa revelou que, nas três cidades, as maiores preocupações estão relacionadas à segurança e aos serviços de saúde, corroborando os diversos fatores que influenciam para uma cidade se adaptar e se transformar em uma smart city.

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