A evolução das Smart Cities exige investimento em inovação e olhar atento para a qualidade de vida da população
É impossível ouvir a expressão cidades inteligentes e não associar à tecnologia. As smart cities, no termo em inglês, são aquelas que desenvolvem e implementam soluções inovadoras, apoiadas em soluções tecnológicas e conhecimento científico, otimizando assim a utilização dos recursos urbanos e naturais disponíveis em benefício da população.
A tecnologia contribui completamente nesse cenário, pois fornece ferramentas para monitorar, entender, analisar e planejar as cidades, melhorando eficiência, qualidade de vida e entregando mais sustentabilidade. Soluções baseadas em tecnologia de informação e comunicação (TIC) estão evoluindo rapidamente e fornecem a matéria-prima para as cidades inteligentes estarem aptas a melhorar seu desempenho diante da expansão da urbanização.
Dados da ONU provam que o desenvolvimento das cidades com um olhar para a otimização dos recursos, bem como sua caminhada para o patamar de smart cities, é necessário. A estimativa, de acordo com a Organização, é que até 2050 cerca de 70% da população mundial resida em áreas urbanas. Nesse contexto, a transformação das estruturas das cidades com um ritmo de desenvolvimento e crescimento sustentável e ordenado é fundamental, uma vez que o aumento populacional exigirá que mais recursos estejam disponíveis em todas as esferas.
A boa notícia é que a caminhada das cidades nesse sentido já está acontecendo. De acordo com um estudo da Grand View Research, empresa de consultoria e pesquisa de mercado, as smart cities em todo mundo devem movimentar US$ 2,57 trilhões em 2025.
Segundo a Frost & Sullivan, empresa americana de consultoria de negócios, espera-se que o número de cidades inteligentes globais qualificadas seja de pelo menos 26 até 2025, sendo que nove delas estarão nos Estados Unidos. Recentemente foi aprovada no país a lei de infraestrutura, com recursos de US$ 1 trilhão que poderão ser usados pelas cidades em projetos de cidades inteligentes nos próximos cinco anos, desde infraestrutura de veículos autônomos e conectados até sensores de tráfego inteligentes. No Brasil, também já há diversos exemplos de centros urbanos que estão buscando o título de cidade inteligente. Segundo o último Ranking Connected Smart Cities, um estudo idealizado pela Urban Systems e pela Necta, São Paulo aparece como a cidade mais conectada do país. Entre as cinco primeiras aparece também Florianópolis, Curitiba, Brasília e Vitória. O ranking mapeia cidades com mais de 50 mil habitantes e tem como objetivo definir as cidades com maior potencial de desenvolvimento do Brasil.
Soluções inteligentes
À medida em que as cidades se tornam mais avançadas tecnologicamente por meio de inovações em inteligência artificial e aprendizado da máquina, toda infraestrutura precisará se adaptar para acomodar um ambiente inteligente. As soluções precisam perpassar por diversos setores, como mobilidade urbana, segurança, geração de energia, sistemas de informação, comunicação segura e integrada, educação, saúde, entre outros.
Quando falamos em mobilidade urbana e segurança, por exemplo, a vigilância por vídeo entrega inúmeras soluções: desde câmeras via satélite e de trânsito que melhoram a eficiência operacional até câmeras nas ruas ou em zonas inseguras de uma cidade, garantindo mais segurança para a população.
Em Copenhague, na Dinamarca, os semáforos são desligados automaticamente quando não há trânsito de veículos. Em Songdo, na Coreia do Sul, os semáforos são reprogramados de forma automática caso haja alteração na intensidade de tráfego. Essas soluções só foram possíveis graças aos sistemas de videomonitoramento.
Outro exemplo prático é o uso para prevenção e resposta ao crime. No Recife, em Pernambuco, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) conseguiu reduzir em 70% o número de delitos em suas áreas de operação com a instalação de um sistema inteligente de videomonitoramento integrado a órgãos como a Polícia e o Samu. “Com isso, passamos a ter um panorama completo da situação, o que nos dá muito mais agilidade para tomar decisões”, relata Eduardo Ferreira de Lima, sócio-diretor da Avantia. Para vigiar os movimentos de passageiros em 38 estações e 24 quilômetros de vias no sistema ferroviário da capital pernambucana, a CBTU instalou 1380 câmeras.
Sistemas de videomonitoramento e o uso de analíticos de vídeo são fortes aliados para a vigilância em tempo real, detectando possíveis incidentes e possibilitando o gerenciamento deles à medida que acontecem. A cidade de Detroit, nos EUA, conseguiu reduzir a criminalidade em 50% graças ao Projeto Green Light, uma iniciativa que usa câmeras públicas e privadas para identificar crimes. A rede de câmeras tem duas funções: fornecer evidências para investigações e desencorajar potenciais criminosos a cometer crimes, já que todas as câmeras envolvidas no projeto têm uma luz verde de identificação.
Outra funcionalidade dos sistemas de segurança por vídeo é a ferramenta do áudio, possibilitando assustar os invasores ou ainda alertar os guardas de segurança do local. Com recursos de detecção de som, ainda é possível a identificação e o reconhecimento de sons predefinidos que geralmente estão ligados a uma ameaça, como quebra de vidro ou gritos.
Além disso, as câmeras de vigilância podem ser “treinadas” para reconhecer padrões, identificando situações específicas conforme a necessidade, que representam risco ou problemas, seja em ambientes públicos ou escritórios e indústrias.
Um projeto de videomonitoramento que ajude a construir cidades inteligentes e seguras possui alta complexidade. Por isso, exige soluções robustas, de alta performance e que forneçam uma operação segura.
Segurança dos dados
Os dados são o motor por trás de uma cidade inteligente. Por isso, é importante ressaltar que aplicações como as exemplificadas acima geram um aumento no fluxo de dados, sendo necessárias alternativas seguras para manter essas informações a salvo. A nuvem é um exemplo disso, pois traz benefícios como sustentabilidade e acesso aos dados em tempo real.
É importante também que a estrutura física existente para gerir os sistemas de segurança estejam protegidas, como salas de controle e data centers. Para ajudar a garantir a segurança e o controle de acessos, a vigilância por vídeo, o uso de códigos QR temporários ou até reconhecimento facial são algumas das soluções possíveis.
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