Quantas vezes ouvimos o ditado “o olho do dono é que engorda o gado” relacionando o cuidado ou a ausência dos “proprietários” dos negócios com o desempenho dos mesmos? Sempre que nos deparamos com essa expressão, algo está errado, fora do padrão, algum processo não foi seguido, alguma regra desrespeitada ou algum procedimento foi improvisado.
Durante anos, os únicos olhos presentes nas empresas eram, exclusivamente. da segurança patrimonial. Ela que “olhava” somente aos pontos pertinentes. Havia, por meio das câmeras de segurança e dos microfones, olhos e ouvidos em locais estratégicos, visando proteger o patrimônio da empresa, e a única voz remota era – a de auto falantes buscando inibir a ação de algum invasor.
Com a popularização das tecnologias de segurança eletrônica, tornando os recursos mais funcionais e acessíveis, a atualização dos parques de câmeras -aumentou gradativamente e hoje, com a tecnologia IP nesses dispositivos, temos cada vez mais empresas repletas de câmeras e recursos por todos os lados. Porém, apesar de termos muitas câmeras, não sabíamos o que fazer com tantas imagens, a não ser gravá-las na esperança de flagrar algum incidente.
Hoje em dia, cada vez mais empresas estão percebendo que os recursos tecnológicos desenvolvidos e utilizados pela segurança patrimonial são de grande valor para as companhias em suas diversas áreas: Segurança do Trabalho, Marketing, Recursos Humanos, Produção, Meio Ambiente etc. Assim, servindo de auxílio a outras áreas, cada vez mais empresas têm montado as chamadas “Centrais de Monitoramento”, salas onde os operadores dispõem de acesso a esses recursos para monitorar de perto, não somente a segurança patrimonial, mas processos e procedimentos de seus colaboradores e, até mesmo, o funcionamento de máquinas.
À medida em que as tecnologias de segurança eletrônica evoluem e se tornam cada vez mais inteligentes, câmeras que eram “apenas câmeras” passaram a ser pequenos computadores com câmeras, e gravadores passaram a ser pequenos computadores com HDs, assim fundindo esses equipamentos com a Tecnologia da Informação, onde as imagens e sons passaram a ser dados importantes capturados por esses equipamentos, que estão em todos os lugares. Estamos em posse de uma quantidade massiva de tecnologias e de dados que podem fornecer comunicação e informações em tempo real sobre vários aspectos da companhia, ajudando a munir os gestores de informações para tomada de decisão gerencial.
Mas como?
Além do monitoramento realizado pelos operadores, que treinados com os procedimentos podem visualizar, se comunicar e atuar remotamente, inclusive por meio de áudio ou acionamento remoto, temos também o monitoramento sendo realizado por analíticos de áudio e vídeo. Sim, analíticos monitorando processos e procedimentos Uso correto do EPI, permanência de pessoas em locais indevidos, abandono de posto de trabalho, aglomeração de pessoas e barulho de quebra de vidro são apenas algumas das funções que a inteligência artificial é capaz de monitorar nos negócios usando imagens e som, levando informações em tempo real.
Esse conceito de monitoramento já é uma realidade e, cada vez mais, será adotada pelas empresas que não querem ficar para trás. A segurança patrimonial continua lá, ela só perdeu a exclusividade dos seus olhos e ouvidos em todos os lugares e terá que dividi-las com outros “donos” para ajudar a engordar o gado.
Artigo escrito por Flavio Rocha, consultor de TI da Avantia