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COMO FUNCIONA UM ARMAZÉM INTELIGENTE?

20 jan 2022 Áudio e Vídeo, Logística, Tecnologia de Segurança, Varejo

O termo inteligente ou smart, vem sendo designado para se referir a dispositivos e ambientes que estão constantemente conectados. Com o advento da tecnologia e a iminente chegada do 5G, – a quinta geração da internet, que promete trazer conectividade até 100 vezes mais rápida que o 4G e com muitas outras vantagens – a tendência de que tenhamos cada vez mais soluções e espaços de trabalho inteligentes é cada vez mais evidente. Na logística, tais movimentos também já estão sendo vistos, com muitas empresas do setor investindo forte em soluções tecnológicas em busca de maior eficiência operacional. Um exemplo está nos chamados armazéns inteligentes, que prometem se valer dessa melhor conectividade e de outros aspectos tecnológicos para oferecer aspectos como controle de estoque, despacho de mercadorias e rastreamento de entregas de forma ainda mais efetiva e satisfatória. Para entender mais do tema, conversamos com Mário Tranche, gerente comercial e de engenharia de soluções da Avantia, empresa especializada em tecnologia. Vamos conferir mais? Continue lendo e tire suas dúvidas sobre o assunto!

COMO FUNCIONA UM ARMAZÉM CONECTADO?
Mario Tranche:
“Uma busca constante dos operadores logísticos, hoje em dia, é a integração de sistemas e hardwares para rastreio completo de mercadorias, tanto dentro dos armazéns quanto fora, na entrega entre as distribuições e nos clientes finais. A principal função da tecnologia neste caso, é gerar dados para que ações sejam tomadas antes de ocorrências de segurança ou para orientar alterações em processos. Além disso, tecnologias cada vez mais avançadas de armazenamento automático de mercadorias, com sistemas e elevadores integrados, tem sido largamente utilizada para diminuir os espaços de armazenagem, utilização de empilhadeiras e, em consequência, redução de custos com mão de obra e aluguéis, refletindo nos custos finais.”.

QUAIS PROCESSOS PODEM SER AUTOMATIZADOS TECNOLOGICAMENTE PARA A CHEGADA DE MERCADORIAS?
MT: “A leitura automática de paletes inteiros, ou de lotes ou sacos de mercadorias, quer seja nas esteiras de entrada ou nas docas. Para isso, é necessário que os processos de identificação dos volumes sejam padronizados e devidamente fixados em locais de fácil identificação. Estes processos de leitura e registros permitem que mercadorias sejam armazenadas de acordo com códigos específicos, utilizando, por exemplo, sistemas de gerenciamento, elevadores automáticos e lançadeiras, que posicionam os paletes nas posições adequadas e pré-estabelecidas no sistema. Isso diminui o tempo de recebimento, armazenagem e envio de mercadorias, além de possíveis falhas em processos, treinamentos constantes e segurança.”.

QUAIS TECNOLOGIAS PODEM SER EMPREGADAS PARA O CADASTRO E RASTREIO DE MERCADORIAS?
MT:
“Os sistemas de monitoramento existentes podem ser adaptados para que qualquer mercadoria, em qualquer um dos processos, desde a triagem de entrada dos materiais até o carregamento dos caminhões, de forma que possa ser facilmente rastreada pelas câmeras. Uma integração dos principais sistemas de CFTV e seus gravadores, via API, com a maioria dos fabricantes de coletores pode ser feita facilmente, registrando qualquer leitura de coletores ou sensores com uma câmera que esteja próxima à área de coleta do dado. Alguns sistemas mais antigos dependem de integração via conexão serial, o que é também facilmente implementado. Hoje em dia, também é possível a utilização de iscas de carga, quer sejam cargas secas ou refrigeradas. Estes dispositivos podem garantir, segundo estudos, até 80% de recuperação de mercadorias em caso de roubos de mercadorias de alto valor.”.

ESTANTES COM SENSORES: QUAL É A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR TECNOLOGIAS NOS ESPAÇOS ONDE FICAM AS MERCADORIAS?
MT: “Empresas mais eficientes hoje já aderiram à utilização de sensores e de placas eletrônicas que identificam e alimentam os sistemas de gerenciamento sobre a movimentação das mercadorias, atualizando o estoque automaticamente. Os sensores também são utilizados para delimitar as áreas de armazenamento nas estantes, o que intensifica o controle e evita acidentes, que acontecem em casos de uso de empilhadeiras em estantes compartilhadas. Os sistemas atuais e convencionais, com problemas causados pelos processos manuais de armazenamento (utilização de empilhadeiras, por exemplo) podem ser apoiados com a utilização de câmeras de vídeo e Inteligência Artificial. Podemos aplicar o uso de tablets industriais nas empilhadeiras com visualização das câmeras daquela posição, prevendo possíveis acidentes e apoiando no posicionamento de paletes, além de prevenir acidentes utilizando Inteligência Artificial com correlação de eventos. Como exemplo, a operação para caso haja pessoas próximas “x” metros das empilhadeiras. Outra saída para mitigar problemas de roubos seria compartilhar dados de problemas de segurança entre empresas que fazem transporte de mercadorias em cidades. Uma grande vantagem nesta ação é quando são criadas as rotas de atendimento. Uma vez que se identificam as regiões com maior índice de roubos, as rotas podem ser definidas para que estas regiões possam ser as últimas, já que as perdas, em caso de um roubo, podem ser menores. Outro exemplo está na utilização de dados compartilhados em ferramentas colaborativas de segurança.”.

MONITORAMENTO POR VÍDEO: COMO FUNCIONA E QUE BENEFÍCIOS OFERECE?
MT: “As câmeras de CFTV utilizadas nos armazéns, além de monitorar o espaço para prevenção de perdas e apoio patrimonial, podem e devem ser utilizadas para acompanhamento de processos. Câmeras posicionadas próximas aos coletores de dados podem ter suas imagens indexadas pela leitura, com possibilidade de verificação do item pelo registro de imagem. Além disso, áreas com produtos de alto valor podem ser monitoradas com analíticos identificando, por exemplo, duas pessoas onde apenas uma poderia entrar, acessos indevidos e identificação imediata da pessoa que entrou, portas abertas (sem sensores) monitoradas e identificadas por análise de vídeo. Empilhadeiras podem fazer uso das câmeras para acesso às imagens e verificação em tempo real da posição de armazenagem de paletes. As câmeras podem também ser utilizadas para identificação e classificação de objetos móveis ou não. Uso de celulares em locais proibidos, quedas de pessoas ao chão, identificação de veículos ou pessoas que trafegam fora das áreas seguras e até mesmo a identificação de armas de fogo em caso de assaltos. Um estudo bem realizado em câmeras existentes pode orientar o gestor sobre a utilização ou não das câmeras existentes e sugerir a troca apenas das câmeras necessárias para aplicações específicas, sem a necessidade de troca de todo o parque de câmeras. Todos os equipamentos de imagem podem ser integrados em uma única central compartilhada entre todas as áreas da empresa, desde Recursos Humanos, Safety, Security, com acessos remotos e em tempo real de todas as atividades. Compartilhando recursos e dividindo os custos de aquisição, operação e manutenção dos sistemas.”.

EQUIPAMENTOS AUTÔNOMOS: QUAIS TECNOLOGIAS PODEM SER USADAS NA AUTOMAÇÃO DESTES, E QUE VANTAGENS TRAZEM?
MT: “Esteiras rolantes e transportadores autônomos já são realidade em grande parte dos armazéns automatizados. Os principais benefícios dessa operação automática é a redução de espaço físico no armazenamento em estantes e a agilidade no transporte interno dos produtos, embalados ou não. Já a automatização dos processos de embalagem requer projetos específicos e máquinas adequadas e projetadas para cada tipo de embalagem, isso porque vários fatores serão verificados e devem atender à principal demanda de uma embalagem, que é a marca. Uma das demandas que recebemos na Avantia, dos operadores logísticos, é aplicar Inteligência Artificial justamente no comportamento, no momento do empacotamento dos produtos. Desvios de produtos neste momento do processo são frequentes, e esta é uma das vantagens na automatização deste processo. A união da automatização de esteiras, armazenamento e o empacotamento das diversas mercadorias, aliados a um sistema de gerenciamento inteligente é o que torna todo o processo mais rápido e seguro, além de reduzir custos.”.

COMO A OTIMIZAÇÃO DA GEOLOCALIZAÇÃO COM NOVAS TECNOLOGIAS PODERÁ AUXILIAR A LOGÍSTICA?
MT: “Hoje em dia a geolocalização de veículos é largamente utilizada no mercado, utilizando tecnologia de GPS integrados à eletrônica dos veículos através dos equipamentos de rastreamento, possibilitando apoio remoto incluindo a telemetria. Isso permite que funções como ligar e desligar o veículo possa ser executada da central de monitoramento. A principal função é saber exatamente onde o veículo está e se ele está nos caminhos pré-selecionados, ou rotas pré- -definidas. O que vem ganhando espaço é a integração de sistemas de rastreamento com imagens de câmeras embarcadas nos veículos. Além disso, já estudamos a aplicação de Inteligência Artificial em câmeras de CFTV veiculares para verificação de comportamentos que possam trazer alguma situação de perigo, como motorista dormindo, mais de uma pessoa na cabine, identificação de armas de fogo, dentre outros. A utilização de tecnologias e a integração dos dados gerados e coletados, em tempo real ou não, proporcionam cada vez mais segurança dos motoristas e das cargas sensíveis.”.

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