Entenda como o atraso logístico prejudica a infraestrutura do mercado.
Ao redor do mundo, o setor de logística sofre uma enorme crise. Os três principais motivos são a globalização, a pandemia e a falta de infraestrutura para a rápida digitalização da economia. Devido ao sistema de Lean Manufacturing, em que são produzidas apenas as peças necessárias, sem excesso para estoque, o mercado está lidando com muita demanda para pouca oferta, o que gera inflação. A demanda em questão não se trata apenas de produtos, mas também de mão de obra, que está escassa em diversas especialidades.
Nos anos 80, houve uma abertura generalizada de mercado, abrindo os oceanos para um tráfego constante de navios carregados de matérias-primas. Os contêineres de tamanho padronizado criaram uma frota naval uniforme, com quantidade máxima de cargas por embarcação, acarretando um declínio no preço do transporte.
Contudo, nos últimos anos, as dez companhias que controlam 80% do mercado de transporte marítimo estão construindo navios cada vez maiores, buscando encher o máximo cada embarcação. A infraestrutura dos portos, porém, não foi adaptada para esse maior número de cargas, o que faz com que o tempo de descarregamento seja mais longo e a maior quantidade de contêineres ocupe mais espaço nos pátios. Ou seja, os navios aumentaram, mas o resto do sistema não, provocando atraso no recebimento de mercadorias.
Indicação de leitura: Transformação digital além da área de tecnologia
A cultura digital vem se expandindo em alta velocidade na última década. Um estudo da empresa especializada em dados, Statista, apontou que a indústria global de e-commerce vendeu US$ 3,3 bilhões em produtos em 2019. Em 2020, em resposta à pandemia, o valor passou para US$ 4,3 bilhões. E a expectativa para 2021 é o aumento de mais um bilhão de dólares em relação ao resultado do ano passado, pressionando ainda mais a infraestrutura do setor de logística. O volume de produtos transportados está em constante crescente, pois agora não são apenas grandes lotes entregues em lojas, mas sim unidades individuais entregues em domicílio.
A falta de mão de obra advém de diferentes razões, sendo uma delas o fato das pessoas terem se habituado ao home office, muitas vezes dispostas a abrir mão de empregos presenciais para buscar empresas que ofereçam a opção de trabalho remoto. Essa transformação cultural impacta diretamente o fluxo dos produtos, principalmente equipamentos eletrônicos. Para conseguirem realizar suas atividades a distância, os profissionais – ou as empresas que os contratam – precisam investir em máquinas para atuação em casa. Isso explica o aumento nas vendas de computadores em 19,7% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com estudo da IDC Brasil, consultoria global de inteligência de mercado de TI.
Inúmeros países acreditam que a próxima década exigirá grandes investimentos em infraestrutura, para ampliar e construir portos, aprimorar estradas e veículos de carga, assim como buscar alternativas que permitam a redução de carbono e torne os fluxos de logística mais eficientes. O uso de inteligência artificial é e continuará sendo essencial para monitorar o desenvolvimento de novas estruturas em tempo real, tornando os processos mais ágeis e eficientes.
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