A presença de mulheres na tecnologia não é algo recente. Ada Lovelace, por exemplo, escreveu o primeiro algoritmo a ser lido por uma máquina, ainda em 1842. Mas, mesmo com o pioneirismo e recentes avanços, ainda existem obstáculos para elas no setor. Saiba mais neste artigo.
A presença de mulheres na tecnologia não é algo recente. Ada Lovelace, por exemplo, escreveu o primeiro algoritmo a ser lido por uma máquina, ainda em 1842.
De lá para cá, é crescente o número de mulheres na área de TI, embora ainda seja mais comum vermos homens trabalhando no segmento.
Acreditamos que as mulheres de TI devem ser valorizadas! Por isso, conversamos com algumas delas, que compartilharam conosco um pouco do seu dia a dia e percepções sobre o tema. Acompanhe!
Principais avanços conquistados pelas mulheres na tecnologia
Na visão de Lecivania Martins, CFO da Interfy, empresa desenvolvedora de plataformas digitais, a mulher descobriu o seu potencial para criar produtos de tecnologia e se destaca nesse mercado por ter mais sensibilidade para pensar e propor soluções.
No entanto, esse foi um processo gradual e que levou tempo para acontecer. Nadia Guimarães, COO do Grupo Daryus, opina: “É evidente que o mundo vem mudando e o papel feminino ganhando destaque. Poucas mulheres corajosas abriram esse caminho encarando os preconceitos e restrições, mas com a crescente necessidade de profissionais qualificados em uma área que não para de crescer, aliado à força feminina de cavar seu espaço, temos mostrado a importância da mulher em toda e qualquer profissão”.
Dandhara Patricia Ribeiro de Monte Lucena, analista de sistemas da Avantia Tecnologia, problematiza e acredita que há mais homens no mercado da tecnologia pelo fato deles serem mais incentivados no segmento.
“Inicialmente, havia predominância masculina na área de tecnologia, pelos homens serem mais incentivados com jogos digitais e matérias escolares como a matemática e a programação”, opina.
Conforme as mulheres passaram a se interessar mais por tecnologia e a verem grandes nomes se destacando, a quantidade de pessoas do sexo feminino interessadas no segmento cresceu consideravelmente.
Pontos que podem ser melhorados para as mulheres na área de TI
Guimarães apontou alguns dados do IBGE, que mostram que as mulheres representam apenas 20% dos profissionais de TI. A COO também acredita que isso acontece por falta de incentivo.
“Os homens ainda são a maioria nas salas de aula. Portanto, se você quer atuar com tecnologia o que não falta é oportunidade para pessoas qualificadas, mas quem está preparada tem mais vantagens de quem ainda não se arriscou a aprender sobre”,diz.
Dessa forma, segundo a especialista, um dos principais pontos em que se deve fazer investimentos é na educação. As mulheres, assim como os homens, devem ser incentivadas a seguir carreira na área de tecnologia, se tiverem essa vontade.
Porém, além de incentivar as mulheres na tecnologia, é preciso ter uma atenção especial para que elas se sintam incluídas e respeitadas no mercado e na academia.
Lucena traz uma informação importante, nesse sentido: “Atualmente, em média, 8 a cada 10 mulheres desistem no primeiro ano em cursos nas áreas de tecnologia, o que faz acender um alerta para a necessidade de ações durante esse momento”.
Maneiras de tornar a tecnologia mais inclusiva para as mulheres
“Acredito que a educação é o melhor caminho para inclusão feminina no setor de tecnologia. Investir em programas, cursos, palestras e orientações desde o ensino médio, fará com que mais mulheres se interessem pelo mercado de tecnologia, já que muitas desistem da formação porque a grande maioria da turma é composta por homens”, diz Guimarães, ao ser questionada sobre maneiras de tornar a tecnologia mais inclusiva para mulheres.
Ao responder a mesma pergunta, Martins disse pensar que estamos vivendo em uma época em que se destacar na área da tecnologia é algo que só depende da própria mulher, tendo em vista que há facilidade em adquirir conhecimento.
“Eu penso que atuar com tecnologia é uma forma muito eficiente para a mulher usar todas as suas habilidades escondidas e às vezes até desconhecidas dela mesma. Deve-se abrir a mente e pensar grande, usar a criatividade para se destacar e exigir ser valorizada. Basta ser bom no que faz e saber dizer NÃO, quando a oportunidade não for justa”, aconselha a CFO da Interfy.
Lucena, por sua vez, acredita que as empresas também podem colaborar para que o número de mulheres na tecnologia cresça.
“Por mais que existam programas de estímulo feminino para o mercado de TI, ainda é algo modularizado, limitado a empresas mais modernas e de grande porte. E feito de um modo não tão claro, que pode gerar um certo preconceito por parte dos homens que também disputam as mesmas vagas”, analisa.