Nesta sexta-feira, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data hoje remete à diversas ações comerciais, mas só virou destaque nos calendários depois de um sério protesto feito nos Estados Unidos na era da Revolução Industrial, em uma luta por condições iguais para homens e mulheres no mercado de trabalho.
Contudo, este pleito não começou neste dia ou apenas nesta época. Muito antes, mulheres em todo o mundo lutaram e até perderam a vida para que houvesse um momento dedicado às suas causas e esta luta segue até hoje. Muita coisa mudou, mas ainda há muito a ser feito.
Programação é uma das habilidades que podem ser desenvolvidas por homens ou mulheres – mas a atuação é majoritariamente masculina.
Desigualdade no ambiente corporativo
No mercado de trabalho global, a participação da mulher segue menor que a do homem. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2018, a taxa de desemprego entre elas ainda é maior: 6% contra 5,2% dos homens. Além disso, enquanto 75% dos homens com mais de 15 anos estão na força de trabalho, entre as mulheres a proporção é de 48,5% mundialmente.
Mesmo enfrentando tantos desafios, a mulher contribuiu durante a história com uma série de criações e soluções que são úteis até hoje e mudaram para melhor diversos segmentos com o trabalho de suas mãos. Na tecnologia, onde o homem ainda é maioria, a mulher não deixou de criar e expor suas ideias, marcando assim seu nome na história. Confira a seguir 5 momentos em que a mulher fez história na tecnologia:
- A linguagem de programação hoje conhecida como COBOL (Common Business Oriented Language) foi originada da programação Flow-Matic, uma criação de Grace Murray Hopper. Ela foi uma analista de sistemas que serviu à Marinha estadunidense nas décadas de 1940 e 1950. O COBOL foi a primeira linguagem de programação de computadores a se aproximar da linguagem humana ao invés da linguagem de máquina.
- Ada Lovelace, reconhecida internacionalmente como a primeira programadora da história, é chamada de “a mãe da programação”. Ela participou da criação de um “motor analítico” e na sequência desenvolveu uma maneira para programar a máquina com algoritmos matemáticos.
- Os sistemas de CFTV de segurança que conhecemos hoje só são usados por causa de uma mulher. A norte-americana Marie Van Brittan Brown criou um circuito fechado de televisão, patenteado em 1969, que se destinava a ajudar as pessoas a garantir a sua própria segurança, pois a polícia era lenta ao responder os pedidos de ajuda em sua vizinhança, New York City.
- O Brasil também tem sua contribuição no que diz respeito a mulheres brilhantes da TI. Formada em ciências da computação, Paula Bellizia passou pela Apple e pelo Facebook, antes de voltar para a Microsoft como General Manager no Brasil. No ano passado, ela levou o prêmio Executivo de TI do Ano na categoria Fabricante – CEO com Laboratório de Tecnologia Avançada, projeto que desafiou seu time e sua liderança.
- IBM, YouTube, Canva, SAP Brasil, Stefanini, Yahoo, Facebook. O que essas empresas têm em comum? Todas têm mulheres em cargos de gerência ou como fundadoras e paralelamente não param de se desenvolver globalmente.
A atuação das mulheres no campo da tecnologia cresce a cada dia, mas ainda é uma área com maior número de homens.
Mulheres que atuam na tecnologia desejam continuar
Listamos apenas cinco notáveis realizações femininas, mas são inúmeras as conquistas das mulheres no setor de tecnologia e nos mais diversos segmentos presentes no mercado de trabalho.
E há números animadores para quem atua no segmento de tecnologia: quase nove em cada dez mulheres brasileiras que trabalham atualmente no setor de tecnologia afirmam que pretendem continuar na área pelos próximos 5 a 10 anos, refletindo a confiança que sentem em seus cargos e o potencial futuro do setor. Os números são de pesquisa da Booking.com do último ano, que divulgou novos resultados de um estudo global cujo objetivo é revelar as experiências e percepções de mulheres que trabalham no setor de tecnologia. Os dados indicam que os níveis de satisfação de mulheres no setor de tecnologia aumentam conforme elas progridem na área, influenciando positivamente suas intenções de continuar.
Em contrapartida, dentre as profissionais brasileiras que não pretendem continuar no setor no futuro, boa parte cita problemas e barreiras referentes ao ambiente de trabalho, como não terem suas opiniões e contribuições valorizadas (21%), e não conseguem prever seu desenvolvimento profissional a partir de um determinado ponto (32%).
Cada vez mais mulheres chegam ao cargo de chefia em grandes empresas de tecnologia. E a tendência é só aumentar.
Iniciativas
Quando paramos para pensar em um profissional de TI, geralmente esta pessoa é um homem. Para colaborar com a mudança deste estereótipo, mulheres que atuam na área passaram a criar grupos de incentivo ao trabalho nesta área. Um deles é o PrograMaria, que tem como missão empoderar meninas e mulheres por meio da tecnologia, mostrando exemplos de inspiração e ferramentas e oportunidades de aprendizado nesta área.
Outra iniciativa que tem a mesma finalidade – e também formada por um coletivo de brasileiras – é o Minas Programam, que oferece cursos e promove espaço de formação básica para mulheres que queiram saber mais sobre programação, mas não sabem por onde começar — como explica o site.
A startup MasterTech, idealizada por Camila Achuti, destaque na revista Forbes como uma das mulheres que se destacaram com menos de 30 anos na área de negócios na área de Ciência, Tecnologia e Educação, oferece aulas, workshops, cursos e programas para o dia a dia. A iniciativa é descrita como uma plataforma de educação de habilidades do século 21.
WoMakersCode, Girls in Tech, Ada.vc são outras plataformas com o mesmo propósito: empoderar a mulher no campo da tecnologia e mostrar que qualquer pessoa pode atuar nesta área que segue globalmente em ascensão.
A luta é diária e não precisa partir só das mulheres. Homens também podem tomar a iniciativa de tornar o ambiente igualitário, respeitar suas colegas e promover a equidade nas relações profissionais. A luta é de todos.
Pacto Global ONU Mulher
De forma inédita, a Avantia aderiu ao Pacto Global da ONU, que tem como principal objetivo mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletidos em 10 princípios.
Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindicatos, organizações não-governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário. Hoje já são mais de 12 mil organizações signatárias articuladas por cerca de 150 redes ao redor do mundo.
Os princípios relacionados ao Empoderamento das Mulheres são:
1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.
2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.
3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.
4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.
5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.
6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.
7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.
Conheça mais em: http://www.onumulheres.org.br/referencias/principios-de-empoderamento-das-mulheres/.